sábado, 15 de agosto de 2009

Ainda sobre publicidade e publicização

Vi que o Fábio Medina Osório, advogado da Yeda, entrou com representação contra os integrantes do MPF que, em entrevista coletiva, "explicaram à sociedade" aquilo que estavam a fazer. Parabéns ao Fábio, que demonstrou com tal atitude estar tão cansado quanto nós dos abusos cometidos em nome do "bem público". Considero verdadeira aberração conceitual um procurador público gostar de mídia. Se estão ali pelo bem público, pelo fiel seguimento da lei e blá-blá-blá, deveriam ser os últimos a adotarem medidas que aniquilam socialmente um cidadão que sequer processado ainda o foi. São, entretanto, os primeiros a confundirem a publicidade com a publicização dos atos processuais. Levam à mídia aquilo que só lhes interessa, gerando um caldo cultural que influencia a tudo e a todos (publicização), ao mesmo tempo em que o Delegado de plantão sonega vista do Inquérito para "preservar as investigações" (sonegando a publicidade que serve de garantia, justamente, contra os tradicionais excessos de tais investigações).
Compartilho da teoria do Fábio. Se errou, tem que pagar, seja Governador, sonegador ou procurador. O problema é que a OAB, pra variar, nada faz de concreto nesse sentido, sobrando ao Advogado militante comprar, sozinho, a antipatia de todo um órgão. Enfim, se advogar de verdade fosse fácil, não tinha graça.

Um comentário:

  1. Daniel Gerber é um grande amigo, mas que sempre fala e escreve algo que não concordo integralmente. Temos o mesmo referencial teórico, o garantismo penal e a teoria crítica do direito. Mas realmente, o gerber tem algo de diferente da maioria dos advogados. Ele não gosta da OAB. Quando estive na CPI do Detran da Assembléia Legislativa, havia um advogado que passava as noites em claro representando a OAB desde a comissao de assitência. Agora, o Presidente da OAB está lutando pelo acesso aos autos e a divulgaçao de fatos que são graves. Então é injusto dizer: O problema é que a OAB, pra variar, nada faz de concreto nesse sentido, sobrando ao Advogado militante comprar, sozinho, a antipatia de todo um órgão.
    o Gerber deveria ir para a OAB, passar as noites em claro lutando pelas nossas prerrogativas. Mais, deveria ir ver o prédio novo - que dá visibilidade à classe. Deveria escrever um livro sobre a defesa e a assistência do advogado... Abs, Xande.

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