sábado, 26 de setembro de 2009

Papo rápido sobre conduta ilibada

Duas observações são necessárias a partir da postagem anterior, talvez para esclarecer (a mim mesmo?!) o que efetivamente "penso pensar":
Reconheço que a existência de processos contra alguém, cujo objeto debatido seja a atuação profissional de tal sujeito, se contrapõe ao que se possa afirmar ser "uma conduta ilibada"; diante de tal posicionamento, a indicação do Lula estaria fora dos parâmetros exigidos pela Lei, devendo ser recusada desde seu nascedouro. No entanto, como bem disse o Mayora, o conceito de existir uma "conduta ilibada" (em óbvia contrariedade à "conduta não ilibada", dando inclusive existência ao fenômeno - vide Barata, Lola, Vera Regina, etc) é que deve ser rechaçado, eis que fruto de uma ilusão de classe média que busca o conforto através da etiquetação de condutas alheias como negativas para, somente assim, assistir novela e ainda se achar ok! Desse mundo "normal" é que tenho medo, da ilusão de segurança que se busca na mediocridade (de médio, sentido original do termo, por favor) é que me afasto, e daí toda a extensão do manifesto anterior e minha declaração quanto a votar no candidato presidencial. Não quero, por óbvio, que o LeatherFace assuma - novamente, como Mayora bem lembrou - um posto de importância na república, mas querer não tem nada a ver com isso. O nosso querido protagonista do "Massacre da Serra Elétrica" ser alguém de valor dentro de um sistema político ancorado em uma Democracia de Direito é, justamente, aquilo que a diferencia de uma Democracia meramente política. É o preço, e aceito pagar. Em suma: tem processo contra si, sem trânsito em julgado? O preço é claro e incontroverso: toca o barco!
A segunda observação, eu esqueci.
E, para finalizar, dia 29 vou dar uma palestra sobre o tema da justiça restaurativa; pra mim, algo absolutamente novo, e reconheço que ainda objeto de preconceito. No entanto, fui convidado pela Raffa (Palamolla), que escreveu uma bela obra sobre o tema, e ao inciar minhas leituras e angústias para entender do que falar, se sou a favor ou contra, etc., me deparei com um texto sensacional, de um publicitário paulista (ou carioca?), Carlos Domingos, autor de "Oportunidades Disfarçadas", que transcrevo: Alguns temem o novo, porque ele ameaça o estabelecido, contesta as convenções, desafia as regras. Alguns evitam o novo, porque ele traz insegurança, estimula o experimento, convida à reflexão...Alguns fogem do novo. Porque ele nos retira da confortável posição de autoridades. E nos obriga a reaprender. Alguns zombam do novo, porque ele é frágil, não foi consagrado pelo uso... mas essas pessoas se esquecem que tudo queé hoje consagrado, um dia já foi novo. Alguns combatem o novo, porque ele contraria interesses, desafia paradigmas, não respeita o ego, despreza o status quo. Mas isso tudo é inútil, porque a história da humanidade mostra que o novo sempre vem. Por isso, recicle seus pensamentos, reveja seus pontos de vista, atualize suas fórmulas, seus métodos, suas armas. Senão você será sempre um grande profissional, um sujeito muito preparado para lutar numa guerra que já passou.
Que venha o Novo, então!

2 comentários: